Artigo: Luiz Miguel Gomez Cornejo Urriola – Revista Recortes da Conjuntura Mundial
Luis Miguel Gomez Cornejo Urriola¹ no artigo “O perigo e as contradições da política econômica da Bolívia no seio do povo” publicado na revista Recortes da Conjuntura Mundial da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de junho de 2024, pretende nos mostrar a conjuntura econômica e política da Bolívia². Propõe, como reflexão crítica, pensar primeiro de onde vem o perigo que as massas podem enfrentar nas lutas contra as forças reacionárias nas suas diversas formas. Quando menciona o perigo em si, o autor não se refere ao aspecto subjetivo, mas ao aspecto objetivo da questão; não à posição formal que os reacionários ocupam na luta de classes, mas ao seu resultado material nas contradições no seio do povo. O perigo está em saber e perceber de que lado se encontra a ameaça contra os proletários. Neste caso em particular, considera a ofensiva neoliberal na Bolívia por parte do desvio do governo Arce e o ressurgimento dos fascistas na região.
As ameaças se percebem com a cisão do partido Movimiento al Socialismo (MAS); o giro neoliberal da política do presidente da Bolívia, Luis Arce; a crise judicial gerada pela decisão do Tribunal Constitucional plurinacional de Bolivia (TCP) e as lutas judiciais de Evo Morales; a escassez de dólares no país devido à queda das reservas internacionais e exportações; os deslocamentos dos seguidores de Evo frente aos temas judiciários; os bloqueios das estradas por parte dos seguidores do ex-Presidente Evo Morales em diferentes regiões do país — como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz —, tudo isto reside nos perigos que as massas do altiplano padecem atualmente e são o fio vermelho que costurou o artigo.
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1 Doutorando em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante do Grupo de Pesquisa Espaço e Poder.
2 Vale mencionar que o artigo foi publicado em maio de 2024, antes da tentativa de golpe por parte dos militares. Ela foi arquitetada pelo ex-general Juan José Zúñiga. destituído do cargo de comandante do Exército após fazer ameaças ao ex-presidente Evo Morales afirmando que o prenderia caso ele volte ao poder.